segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eu não discuto com "O CARA"

E daí?
E daí se não der tempo de fazermos tuuuuuuuuuuuuudo o que queremos fazer?
Nem sabemos se tudo o que queremos é o que precisamos!
E então, se não der tempo de comprarmos tudo o que queremos, de viajarmos para todos os lugares pra onde sonhamos, de estudarmos tanto quanto planejamos?
Teremos feito muitas coisas, mesmo assim.
Mesmo que pareça que não terminamos o que começamos, teremos feito o que precisávamos fazer.
E se o tempo parecer curto demais é porque a vida foi boa demais.
Mudei.
Não acho mais que preciso terminar tudo o que começo.
Agora tenho plena certeza de que farei tudo o que tiver de fazer, com toda a energia que existe em cada fibra do meu ser.
Assim, não me arrependerei. Não lamentarei. E se assim o fizer, não acharei que não terminei.
Por quê?
É simples.
A plenitude da realização, a satisfação da realização será tão grande que não terei tempo pra pensar no que eu tinha planejado e ficar comparando o que deveria ter sido com o que foi.
Com energia, com sinceridade, com plenitude, com fé, tudo é completo e não somente uma parte.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ponto de Vista

Experiência nova: cadeiras de rodas.
Sim, tenho usado por um motivo óbvio: não posso andar por uns tempos.

Pois bem, assim sendo, é preciso informar àqueles que não me conhecem: eu sou curiosa e procuro pontos positivos em tudo que vivo.
Considerando isso...
Estava numa cadeirinha de rodas, passeando por um shopping de Sampa, olhando uma vitrine e quando virei a esquina:
- IARRÁ! Lá estava ela, enorme, na minha frente, como se tivesse surgido do nada: a bunda.
Me recuperei do susto e fui por um outro caminho.
Pensando que já tinha me acostumado com minha nova altura, acabei me distanciando dos meus pais e tive de sair "correndo" atrás deles.
Ao virar em um corredor: lá estava ela novamente, parada, no meio do meu caminho.
Ainda não consegui definir se é mais engraçado dar de cara com uma bunda ao entrar em um corredor, ou se é ficar atrás de uma bunda enquanto a bunda não se resolve por sair da sua frente!

domingo, 20 de setembro de 2009

Blacktéria e Pretozoário

Ouvi uma criança hoje corrigindo um adulto que disse:

- Você sabe o que é um protozoário?

Imediatamente, a criança corrigiu:

- PRETOZOÁRIO? Não, não sei.

E cada um tem sua verdade. Ficou claro, nítido, gritante pra mim.
Uma verdade que só poderá ser alterada, mudada, incrementada se a pessoa quiser se abrir.
Não "se abrir" de "fazer confissões". "Se abrir" de "se permitir aprender".
E não importa quão maiores sejamos em estatura, o que importa é o tamanho da abertura que temos para o aprendizado.
O que importa é o tamanho da vontade de aprender de verdade.
Somos o que sabemos.

domingo, 26 de julho de 2009

Eu amo

Eu amo amar.
Eu amo a paz do amor.
E a tormenta também.
Amo o silêncio do amor.
E a balburdia dele.
Amo a bagunça que ele faz no que a gente achava que estava organizado.
Amo os espaços onde ele se esconde e a gente nem sabia que existia.
Amo o amor novo.
E o velho amor.
De novo.
Porque nunca é o mesmo.
Mas é sempre um amor terno.
Sincero e singelo.
Esse que gosto de sentir e mantenho aqui.
Não por quem eu quero.
Mas por quem quero bem.

domingo, 12 de julho de 2009

Aviso Sobre Minha Pobreza

Eu sou o tipo pobre de escritora.
Aquele tipo que só escreve o que sente, o que vive, o que imagina.
Mas não sou do tipo que consegue imaginar alguma coisa só pra escrever. Não, não senhores.
Só consigo escrever alguma coisa que eu imaginei por algum outro motivo.
Uma coluna redonda que vai ficar num canto da sala, mas ninguém queria, nem sabe o que fazer com ela. Daí, vamos imaginar o que dá pra fazer com uma coluna no canto da sala.
Depois de imaginar, escrevo sobre ela. É mais ou menos assim, entenderam?
Então.
Então, já saibam que aqui, neste cantinho, haverá sempre relatos. Mesmo que um pouco disfarçados, um pouco imprecisos, subjetivos ou alterados, mas tenham certeza, algo aconteceu para que eu escrevesse.
Porque eu sou o tipo pobre de escritora.

Antes, Durante e Depois

Então, meu avô paterno, o único avô com quem tive contato, desencarnou há alguns dias.
Faz uma falta aquele homem! Como faz falta!
Mas a gente vai se virando e vai vendo que a importância dele é muito maior do que um corpo físico.
Por convenções e tradições, visitar o cemitério em que o corpo dele foi enterrado tornou-se parte de minha semana.
E fomos hoje, como nas semanas anteriores.
Limpamos a lápide, fizemos nossas preces, cuidamos das flores e quando estávamos de saída, um cheiro de yakisoba chamou a atenção.
Era uma festa, um bazar japonês que estava sendo realizado.
Logo quando chegamos ao cemitério, lotamos que o estacionamento estava lotado demais.
Percebemos, então, o motivo: o bazar estava utilizando o estacionamento do cemitério.
Mas foi tudo acordado, não havia ninguém sendo enganado, não.
Tinha até transporte gratuito do cemitério para o bazar.
Entonces, depois de um tempinho no cemitério, fomos ao bazar.
Barulhento, cheio, desorganizado, com lama pra todo lado...
Mas fomos e ficamos.
Compramos coisas. Compramos comida.
Descobrimos coisas. Tiramos dúvidas.
Conhecemos pessoas. Lembramos de outras.
Sorrimos muito.
Nos divertimos.
E ficou bem claro: HÁ VIDA ANTES, DURANTE E DEPOIS DA MORTE.
Sem que isso signifique desrespeito, sem que isso signifique que não está um buraco enorme, sem que isso signifique que não nos importamos: é preciso viver!
Hoje, mais do que em qualquer outro dia que tenha sucedido o desencarne do di, isso ficou claro.
Espero que ela entenda...

domingo, 28 de junho de 2009

Boatos

Dizem por aí que eu escrevo bem.
Dizem por aí que o mundo não tem mais jeito.
Dizem por aí que a humanidade não tem salvação.
Dizem por aí que a cura de muitas doenças está próxima.
Dizem por aí que nada é eterno.
Dizem por aí que manga com leite faz mal.
Dizem por aí que o combustível está caro.
Dizem por aí que não há político honesto.
Dizem por aí que os homens são mais fofoqueiros.
Dizem por aí que as mulheres são mais falsas.
Dizem por aí que a comida de boteco é mais gostosa.
Dizem por aí que foram abduzidos por alienígenas.
Dizem por aí que é a simetria que faz a beleza.
Dizem por aí que filho dá trabalho.
Dizem por aí que cães amam incondicionalmente.
Dizem por aí que você acredita mais no que sente do que no que dizem.
E aí?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

LUTO.

Meu ditchan desencarnou na quarta-feira passada, dia dezessete de junho.
"Ditchan" é "avô", em japonês.
Pra quem não sabe, sou descendente de japoneses.
Ele desencarnou após uma intervenção cirúrgica.
E antes do que queríamos.
Por isso, mais do que qualquer outra vez, estou de luto.
LUTO.
Como ele me ensinou, como ele ensinou pra todo mundo: LUTO.
Vou LUTAR como nunca pelo que quero, pelo que acho certo.
Estou de LUTO aberto, leve, grato.
Presença como a dele é um presente.
Companheirismo velado, mesmo que calado, é um presente.
Ensinamentos sem tom de filosofia hipócrita, é um presente que ele soube me dar como ninguém.
Filosofia sem que me fizesse sentir sono, somente gerando mais energia e curiosidade e vontade em mim, é um presente que ele me dava sempre, como ninguém.
Amor incondicional.
Então, porque não LUTAR?
Eu LUTO.
LUTO.
Por tudo o que ele me ensina. Por tudo o que me faz sentir. Por tudo o que me faz querer.
LUTO.
Usei todas as oportunidades que tive de dizer que o amo e continuarei fazendo.
Não me arrependo de nada com ele.
Fizemos tudo o que tínhamos pra fazer.
Me sinto plena por ele e por mim.
LUTO.
Sempre.
Porque se eu conseguir ser um terço da pessoa que ele é, sei que terei ajudado bastante este mundo a ser um lugar muito melhor pra se viver.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Hoje É Domingo...

São seis horas da manhã...
O dia não nasceu, não amanheceu, não clareou.
Apenas sei que são seis horas da manhã porque olhei no relógio, com as vistas ainda embaçadas, com o corpo ainda pedindo repouso.
Mas é preciso levantar.
É?
Pra quê?
Ah, tá... vou trabalhar.
Mas antes preciso me espreguiçar um pouco mais...
...
Caramba! Oito horas!
Por que eu dormi de novo?
Devia ter levantado aquela hora!
Não vai dar tempo de me exercitar...
... nem de tomar café!
Afff... porque é que eu voltei a dormir!??!
Cadê meu sapato?
Sapato, sapato... sapatooo... cadê você?
Calma... não vou me estressar, ainda dá tempo de chegar no horário.
É só eu me acalmar, pegar uma fruta, entrar no carro e dirigir calmamente pra não pegar nenhuma multa como na semana passada...
Isso... calma...
Aqui está: um sapato, outro sapato.
Pronto, agora pega o estojo de maquiagem, põe na bolsa e não esquece da fruta.
Celular, documentos, papéis, chaves, dinheiro, cartões... é, acho que não esqueci nada.
Viu? Vou chegar a tempo, não preciso me desesperar.
A frutinha... lari-lari...
Desligou o gás? Fechou as janelas? Deu a comida do cachorro?
Tchau, lindo! Daqui a pouco a mamãe volta, tá?
As chaves do carro... chaves... cadê as chaves...!??!
Ah, aqui. Achei.
Elevadoooooor! Ô, elevador, não demora, não.
Isso, bonzinho... pronto, daqui a pouco estarei no escritório e tudo bem.
O que será que tem na rádio hoje? Quero música, nada de notícia.
CDs... Queen, Rick & Renner (afff... de quem é isso?), como é que se lê esse nome?! Ah, vai esse mesmo.
...
Nossa... que trânsito... vou ligar no escritório.
Oi, Rafa. Tudo bem? Estou presa no trânsito, se eu demorar vai ser por isso, tá? É, tá tudo entupido aqui. O quê?
Hoje é O QUÊ!??! EU NÃO ACREDITO! Mas que m$%#@! Que porcaria! M@#$$%! @#%$$&¨!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Vendedor de Balas

Sua mãe sabia de sua existência logo nos primeiros dias da gestação.
Ele já era inquieto.
E nasceu numa família que o amava, o vendedor de balas.
Tinha uns problemas de fala, outros de compreensão, alguns ósseos e muitos, muitos desejos reprimidos naquele corpinho pequenino.
Os pais sempre preocupados levavam o menino-vendedor de balas a hospitais e médicos e parques e praias e tudo para que ele crescesse saudável.
E ele sempre foi inquieto, mesmo quando não conseguia falar ainda.
Cresceu. Saudável. Forte. Tem dores aqui e ali, como todo mundo. Mas ele é vendedor de balas, precisa passar o dia inteiro em pé na rua, não pode reclamar.
Reclama, porque todo mundo reclama, ué. Ele também reclama.
Das dores físicas, dos amores perdidos, dos amores não tidos, dos amores inventados, das vontades ainda reprimidas.
Ele nem sempre foi vendedor de balas.
Já foi lutador, já foi nadador, já foi estudante, já foi moleque sorridente e tinha até gente que dizia que ele nasceu pra ser presidente!
Mas ele dá ouvidos a todo mundo que não sabe o que quer da vida, ele ainda não sabe se ouvir e resolveu sair pra viver.
É, a família prendia demais, não deixava ele ser o que ele queria ser. Aí ele saiu.
E foi ser vendedor de balas.
Não tem mais a cama confortável nem quarto exclusivo como tinha na casa dele. Não tem mais comida quentinha na hora que quer nem todas as bolachas do armário pra ele.
O telefone sem fio e de longo alcance ele trocou por um orelhão e nem se preocupa com isso.
Não tem internet como tinha, não tem abraço como tinha, não tem preocupação de todos com ele como tinha.
Ele até sente falta das noites de bagunça com a família e amigos, mas tem uma coisa que ama mais do que isso.
E o vendedor de balas é feliz agora.
O vendedor de balas não se prende. Ele nasceu livre.
E se um dia ele for presidente e tiver o mesmo coração que sempre teve, ou ele dá um jeito em tudo ou vai largar, como largou tantas outras coisas.
Sendo presidente ou vendedor de balas, ele é uma das pessoas que mais admiro e amo nessa terrinha. E se eu disser "meu vendedor de balas", estarei mentindo. Ele é somente dele e de mais ninguém. Pelo menos por enquanto.
Então, eu digo apenas o que cabe cá dentro, vaza de vez em quando como agora nas lágrimas de alegria, saudade, amor, preocupação e todas as sensações que só ele sabe causar em mim: obrigada por existir!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Encontros

Encontros inesperados, não-planejados, muito ou pouco desejados.
Encontros são dádivas, presentes de Deus e do Tempo.
Presentes do tempo de Deus, que nos dá tempo de ser, de fazer, de querer!
Encontro de gente, de fatos e fotos e colos e abraços.
Encontros de quem quer e de quem foge.
Encontros eternos, sinceros, rápidos, singelos.
Encontro de almas, de corpos, de gentes e sentimentos.
Encontro pra agora, encontro pra sempre.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Curiosidades - Transporte


Este é o Segway.
Aqui em SP já está em uso em alguns shopping centers e faculdades, servindo como meio de transporte dos seguranças e vigias.
Isso é chamado de "Human Transporter" de duas rodas.
E, basica e simplesmente, é isso mesmo, um "Transportador Humano".
A venda desses brinquedinhos vai ser por US$5.000,00, aproximadamente, nos modelos novos que têm bateria de lítio, controle via bluetooth da distância percorrida e bateria restante, além de um sistema que facilita a realização de curvas. Idéia interessante, não é?
Aí, os japoneses se enfezaram e fizeram uma coisa mais "incrementada".

Este é o Toyota Winglet.
Muito mais incrementa
do, não é?
Eu sempre digo: os japoneses não inventam nada, eles só melhoram!
He,he,he,he,he!
Mas, já que estavam mesmo "incrementando", adicionaram um sistema que monitora a posição do piloto e faz ajustes de aceleração pra manter a estabilidade.
A aceleração e a frenagem são feitas de forma intuitiva, ou seja, basta inclinar o corpo para frente e para trás.
Este brinquedinho chega a atingir 5km/h e já está em teste.
Existem planos para que comece a ser vendido em escala no ano que vem no Japão, se a marola da crise já tiver passado e as coisas estiverem melhores, é claro.
Então, galera, é só cruzar os deditos e torcer pra essa crise passar logo. Se os Segway já chegaram no Brasil, não vai demorar para que os Winglet também cheguem!
Mas, como a gente sabe, o ser humano nunca está satisfeito com nada.
E como
a gente também sabe, o ser humano não foi feito pra ser sozinho, né?
Então, daí veio o P.U.M.A.
Resultado de uma parceria entre a GM e a Segway.
P.U.M.A? É, in english: Personal Urban Mobility and Accessibility Project. Ou seja, Projeto de Acessibilidade e Mobilidade Urbana Pessoal.
Mas, na verdade, esse brinquedinho comporta duas pessoas.
Apertadinhas, mas cabem duas pessoas.
E vejam só, atinge 56km/h! Quanta diferença, não!?
Também utiliza bateria de lítio e, além disso, vai usar um sistema de comunicação com os automóveis ao seu redor para reduzir o risco de acidentes.
Bate um vento lascado, se chover então! Afff... nem se fala...
Mas é isso aí... esse mundão tão grandão mas tem tanta gente que já é preciso compactar os meios de transporte...


SAFENA

Nunca imaginei que uma veia fosse me tirar o sono e passar o dia inteiro na minha cabeça.
Não sei ao certo se será uma, duas ou três pontes de safena. Mas é necessária a intervenção, não há dúvidas em relação a isso.
Tirar um tequinho da safena e colocar lá em cima, no meio do peito, no coração.
O meu está aqui nas mãos e ninguém faz nada.
Mas o cara lá de cima sabe o que faz e, o mais importante, sabe o motivo do que faz.
Me apego a Ele como sempre faço e confio.
E como diz uma alma amiga: "Tudo sempre dá certo."
E sempre complemento, mesmo que mentalmente: "Porque é Ele que está no comando."

segunda-feira, 30 de março de 2009

Respeito

Se eu colar um adesivo no meu carro: "Sou feliz por ser católica", vou aprender, automaticamente, a respeitar a diversidade de crenças religiosas?
Se eu usar uma camiseta: "100% negro", vou aprender, automaticamente, a respeitar a diversidade de raças?
Se eu colar outro adesivo no meu carro: "Amo minha família", vou aprender, automaticamente, a respeitar a diversidade dos integrantes da minha família?
Se eu enfeitar minha casa no Natal, vou aprender, automaticamente, a respeitar o verdadeiro significado da data?
Se eu adorar assistir documentários sobre proteção ao meio ambiente, responsabilidade ambiental e sustentabilidade, vou aprender, automaticamente, a respeitar o meio ambiente?
Se eu disser "eu não sou preconceituosa", vou aprender a evitar, automaticamente, aquele pensamento maldoso sobre um casal homossexual ou sobre um emo que passe por mim na rua?
E daí o respeito não está só no fato de respeitar os outros, mas também em me respeitar.
Não ser hipócrita comigo mesma é respeitar-me. E se eu me respeitar, automaticamente, aprenderei a não ser hipócrita com os outros e, logo, vou respeitá-los.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Curiosidades - Orbit Wheel

Entendeu? É isso! Algo entre os patins e o skate! O movimento é lateral, como no skate. A liberdade das pernas é do patins. Cabe na mochila (ninguém nunca me viu de mochila, né?) e eu adorei a idéia! Querem ver como funciona, é só dar uma passada no YouTube!

http://www.youtube.com/watch?v=F_N6iXpEuL0

Divirtam-se!

Três Crivos

Hoje vieram me contar uma coisa que parecia muito misteriosa e importante.
Aquele tom de voz, aquele olhar, o ar de segredo que se fez logo me fez lembrar da parábola dos três crivos.
Alguém se lembra dela? Alguém conhece esta parábola?
Não vou contar a parábola aqui, mas chegando logo à moral da parábola: não deixe que meia palavra saia de sua boca antes de ter passado pelos crivos:

1 - da verdade
2 - da bondade
3 - da utilidade

Como suspeitei, aquilo que queriam me contar e não permiti (pois acabei perguntando dos três crivos) não era verdade, não era bom e muito menos útil.
Por não ter conseguido me usar como disseminadora de uma estória, rapidamente a pessoa procurou outro alguém para despejar o tal "fato".
Normalmente agem assim; sentimos no tom da fala, no olhar, conseguimos perceber pela seleção de palavras que o que vai ser dito não passou pelos três crivos.
E se não dermos oportunidade de que nos digam, dirão - e em bem pouco tempo - para alguém que possa espalhar o palavrório a outro alguém que vai espalhar pra outro alguém até que o telefone sem fio transforme a cabeça de um alfinete numa guerra mundial.
Mas se não dermos oportunidade de que nos digam, faremos com que entendam que não somos como eles e que damos valor à palavra.
Afinal... há quatro coisas que não voltam: "a flecha lançada, a palavra dita, a oportunidade perdida e o tempo passado".

domingo, 22 de março de 2009

LIV CLODÔ

Não importa a raça
O credo nem o sexo
não importa a casa
a escola e os pais
ser coerente
antes de ser brasileiro
ser brasileiro
antes de ser costureiro
decorador ou cozinheiro
estilista-romancista-dramaturgo
ser
antes de querer
é o que permanece.

quarta-feira, 18 de março de 2009

segunda-feira, 16 de março de 2009

Professor Glady Félix del Buono Trama

Uma pessoa muito querida, uma pessoa que admiro muito certa vez me disse, com toda a simplicidade que somente os sábios têm:

"- Parece difícil porque sempre sabemos o que estamos deixando, mas nunca sabemos o que vamos encontrar."

Ele deve ter ouvido ou lido isso de alguém. Eu ignoro a autoria, mas ignorar o sentido seria tolice.
Ninguém aprende a andar sem cair.
Ninguém passa pela vida sem ferir alguém sem querer.
Ninguém acerta em todas as escolhas que faz.
Ninguém pode dizer que não se arrepende, porque se arrepende sim.
Então, pra que esse medo de dar mais um passo?
Pra que tantos questionamentos se não sabemos mesmo o que vamos encontrar?
Nosso passado deve servir pra nos ensinar, não para nos estancar.
Se já caímos, se já ferimos, se já erramos, se nos arrependemos e acharmos que sempre seremos assim, continuaremos presos, trancados em nossos medos.
Não vamos "deixar" nada pra trás. Carreguemos conosco tudo o que já aprendemos.
E mesmo sem saber o que encontraremos, saberemos quem somos.
Isso bastará.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sempre

Sol de derreter asfalto.
Frio de congelar cérebro.
Venta.
Não venta.
Alguém me acompanha.
Erro o caminho.
Sigo sozinha.
Acerto um trecho do caminho.
O sapato aperta.
Sinto sede.
Me perco em pensamentos.
Os joelhos dóem.
O silêncio incomoda.
Reviro pensamentos e sentimentos.
Cantarolo baixinho uma música qualquer.
A música preferida aparece sem ser convidada.
E sinto o ar revigorando meus músculos.
Instintivamente, ergo a cabeça.
E lá está o céu. Sempre.
As lágrimas transbordam um sentimento só.
O sorriso se faz no rosto.
E mesmo que seja longo o caminho, eu sigo.
Se este não for o caminho certo, corrijo.
Ignoro as pedras, as dores e os atalhos.
Quero as alegrias das incertezas sempre.
A felicidade da realidade eu quero.
A alegria dos sonhos.


sexta-feira, 6 de março de 2009

R$1,00

Depois de um dia daqueles, com chefe no pé, prazos estourados, clientes mal-humorados, estagiários preguiçosos, trânsito infernal, calor infernal, chuva diluvial...
Depois de um dia desses, saí do trabalho pedindo que parassem o mundo pra eu descer.
Um pouco de paz, silêncio era o que eu queria.
Mas onde?
Andei rumo à estação, cansada, triste e desenxabida...
Então, avistei a salvação!
Um recanto d epaz no meio, bem no meio do caos!
Apressei o passo e entrei... o silêncio... ah! o silêncio soberano das catedrais...
Até um sorrisinho de alívio me apareceu no rosto.
Sentei aqui mesmo, bem perto da porta pra não ouvir nem o barulho do meu sapato.
Me encostei no banco, coloquei a bolsa no colo (é, eu sou paulista, esse tipo de gente que se estressa pra relaxar!)... fechei os olhos e ouvi minha respiração! Que maravilha...
Sim! Era mesmo um pouco de paz!
Me deixei escorregar um pouco no banco, apoiei minha cabeça no encosto, respirei fundo e, ainda com o sorrisinho no rosto, comecei a pensar...

- ÓÓÓLHAAA A PAÇOQUINHA! OITO PAÇOQUINHA POR UM REAL! A PAÇOQUINHA!

... é, eu vou pra casa.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Consciência Global

Está chovendo na terra do sol.
E tem sol na terra da chuva.
Furacão em tudo quanto é canto do mundo.
Queimadas em florestas tropicais ou não.
E agora imploram pra que cuidemos da Amazônia.
Agora imploram pra cuidarmos dos oceanos.
Mas é tudo tão simples e óbvio.
Não são somente os buracos na camada de ozônio.
A responsabilidade desse tal de "aquecimento global" não é exclusiva de quem não assinou o acordo de Kyoto.
Alguém já parou pra pensar no egoísmo?
Nós temos informação, aliás, somos bombardeados por informações constantemente. Tantas que nem conseguimos absorver.
Mas a correria da nossa rotina capitalista é tanta que não damos conta de praticar o que essas informações nos disseram.
Quem escova os dentes com a torneira fechada?
Quem limpa o quintal com o jato da mangueira? LIMPAR é diferente de LAVAR! A gente pode varrer antes de gastar litros e litros de água!
Quem faz revisão no carro pra saber se não está poluindo demais?
Quem separa o lixo reciclável do orgânico?
Quem não desperdiça água só porque vai ter que pagar mesmo?
Quem lembra de fazer doação ou reciclagem do que não vai usar mais?
Ah, mas sexo todo mundo lembra de fazer, né!?
E quem é que se preocupa em aumentar a população do planeta? E quem é que lembra da proteção na hora do tesão?
Todo mundo tem filho, eu também quero ter!
Não estou fazendo apologia ao aborto, nem ao casamento sem filhos, só estou pensando e compartilhando com vocês.
O nível de água do Planeta Terra é o mesmo de trinta anos atrás, o mesmo de cinqüenta anos atrás, o mesmo de cem anos atrás. E porque agora está esse caos?
O número de pessoas aumentou!
Se temos mais gente com o mesmo volume de recursos, o que é que acontece?
Vamos nos educar, em todos os sentidos.
Vamos educar quem está ao nosso redor, se pudermos.
Consciência não é somente separar o lixo orgânico do reciclável, é realmente pensar à frente, é pesar as ações e as reações que uma vontade sua pode causar.
Tem sol na terra da chuva.
E chove na terra do sol.
Mas tudo pode se ajustar e voltar aos eixos.
E só pra esclarecer, eu quero ter filhos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Visitinha

Eu não me vesti com traje de gala.
Tomei um banhozinho, passei um creminho e olhe lá.
Não fiz nada diferente no cabelo, não me pintei, me perfumei sim, mas porque gosto e sempre me perfumo.
Ah, a maioria das pessoas nem nota esse cara, eu já dou até muito importância se você quer saber.
E quer saber, ele merece até mesmo por insistência. Todo santo dia, chova ou não, ele está lá, dá um jeito de aparecer. Às vezes bem cedo, às vezes só no cair da tarde, lá vem ele, bater na janela pra dar sinal de vida.
Tem um tempo já que reparei que esse cara me faz bem, muito bem, mas melhor não dar muita bola, sabe como é, né? Vou me fazer de difícil, dizer que tenho coisas mais importantes pra fazer do que ficar com ele.
Mas também é verdade que já não consigo passar um dia sem ele, sem conversar com ele, sem brincar de "vou fingir que não te vi". Mas eu vejo. Sempre vejo. Mesmo que ele passe rápido e dê só uma olhadinha tímida pra cá, eu vejo. E salva o meu dia.
Tente você também, mesmo que seja rapidinho, dar um pouquinho de atenção pra ele e você verá a mudança de ânimo que vai te dar.
Dá uma chance pra ele, mesmo que seja pequena, de passar um tempinho com você e depois me diga se ele não mudou seu dia.
O Sol.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carnaval

Foi assim, bem rápido.
Chegou e foi embora.
Já vejo ovos de páscoa nas prateleiras dos mercados.
Ainda tenho panetones no armário.
Planejo a viagem de maio.
E o tempo, cadê?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Paulista

Eu fui lá e vi.
Ninguém me contou, não.
A mais paulista das avenidas, não é paulista.
É BRASILEIRA!
Nem brasileira, é. É o mundo.
Tem tanta gente, tem tanta gente diferente que não dá pra saber, a gente se perde só de olhar, dá até falta de ar se parar pra pensar de onde cada pessoa veio.
Os sotaques que passam nos celulares são tantos!
As roupas e os olhares denunciam que não são paulistas, ou brasileiros, mas não denuncia de onde são, porque já estão aqui, ali, em todo lugar, no coração do Brasil, na Paulista.
Ali é de tudo: trabalho, escolha, happy-hour, ponto de encontro, ponto de espera, meditação, tem de tudo e tudo tem ali, na Paulista.
Não é só paulista, a mais paulista das avenidas.
Não, ninguém me contou.
Eu fui lá e vi.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Fevereiro

Não são as águas de março.
Agora é fevereiro. Chove lá fora e aqui dentro. Aqui dentro, dentro e dentro de casa também. Essa reforma que nunca acaba. Essa água que nunca acaba. Essas vontades todas misturadas causando raios e trovões e estranhas sensações.
Semana que vem já é carnaval. Carnaval. Com letra maiúscula. Gosto só porque é feriado. Não gosto muito da festa. Mas se tiver que bagunçar, eu bagunço.
E depois, fevereiro será março.
Aí sim, teremos as "águas de março".
Os esquimós, que vivem cercados de água: água mole, água dura, água fofa... lá também tem isso? Também tem carnaval? E tem as águas de março?
Os esquimós também têm essas vontades misturadas que causam raios e trovões e estranhas sensações?
Sim. Claro. Têm sentimentos. Assim como nós. E os indianos, iraquianos, muçulmanos, noruegueses (essa é pro Heder!), israelitas, chineses, paquistaneses, baianos e japoneses!
Carne, osso, músculos, veias... mas antes e acima de tudo, somos sentimentos.
Reagimos, agimos por eles, por causa deles. Caminhamos por causa deles.
Os sentimentos. Que não mudam de estação se nós não mudarmos. Continuarão exatamente iguais nas águas de março e na moda outono-inverno, se não quisermos que mudem.
Os sentimentos, não são como as águas de março, que cessam e voltam só no ano seguinte. Então, ou a gente aprende, ou a gente aprende!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Limite

"Tudo tem limite."

Quem é que nunca ouviu isso?
Então, quer dizer, que essa felicidade que eu sinto, tem limite?
Esse amor que eu sinto, tem limite?
Minha vontade de mudar, melhorar, também tem limite?
As guerras também têm limite?
E o egoísmo também?
A indiferença, o preconceito e o comodismo também?

Se for assim, eu aceito.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Outras Almas

Não foi hoje.
Nem ontem.
Algum dia, lá atrás na minha infância querida e saudosa, eu notei a existência de outras almas.
Almas outras além da minha. Muito além. Da minha tão pequena e opaca e perene, mas alma.
Mas hoje, como se fosse um dia especial, mais especial do que os outros, notei que essas outras almas têm cérebros.
E olha só: descobri também que estas almas têm corações!
Mas vejam! Quanta novidade para um único dia.
E mesmo assim, continuo aqui, firme e forte. Nem morri de susto com tanta novidade.
Vamos nos adaptando, sabe como é... a gente se acostuma a tudo, é o que dizem.
Então, além de almas, o que tenho ao meu redor são cérebros e corações.
Hummm...
Quem será a maioria?
Quem será o dominador?
Pra que eu quero saber isso?!!?
Essas outras almas...
Alegrias, sonhos, planos, sorrisos, gargalhadas, lembranças, conquistas, perdas, oportunidades...
Só me interessa se são vazias ou cheias.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Os 5 Estágios de Uma Girafa na Areia Movediça




Cômico, não é?
Adoro animações! Elas são tão... reais!
E sempre me fazem pensar mais do que muitos filmes.
E a nossa reação? Aliás, e as nossas reações?
A gente passa por todas essas fases na nossa vida, não é?
E o que é que a gente faz?!
As escolhas são nossas, nosso humor, nossas atitudes, nossa vontade de sair do buraco, tudo pode nos ajudar ou nos atrapalhar.
É preciso ter "olhos de ver e ouvidos de ouvir"...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Oba-oba-OBAMA!

Yes! Nós podemos mudar!
Está lá, o primeiro presidente negro de uma das nações mais preconceituosas em termos raciais que eu já conheci!
E o nome dele?
Barack Hussein Obama Jr. Já até perguntaram pra ele se ele é muçulmano!
Mas o ponto principal não é esse. O ponto principal é que ele vai salvar o mundo! "Ou destruir tudo", como dizem as más línguas.
Ele tem esse poder. Em partes.
O mundo parou pra ver a apuração da eleição que o elegeu.
Havia um oceano de gente em frente à Casa Branca no dia da posse.
"Esperança", dizia um cidadão norte-americano, "-Ele é a esperança!".
Este disse e muitos outros demonstraram este mesmo pensamento ao votarem em Obama.
Quantas vezes na vida a gente já fez isso?
O quê? Isso. Essa coisa de responsabilizar alguém por nossa felicidade, nosso sucesso, nossa satisfação, nossa realização.
Será que o Obama suportará toda essa pressão que o mundo inteiro (sem exageros!) está exercendo sobre ele e seu mandato?
Será que algum ser humano precisa suportar a pressão da responsabilidade da felicidade de outras pessoas?
Obama tem suas responsabilidades como governante, todos sabemos.
O seu namorado tem responsabilidades como namorado, nada além disso.
Sua família, tem responsabilidades como família, nada além disso.
Não espere que os outros te dêem a felicidade que você quer ou precisa.
Não deixe a sua felicidade sob responsabilidade de um outro alguém, quem quer que seja, porque ela pode não chegar em suas mãos.
Não fuja da sua responsabilidade de agir, de fazer, de lutar.
"É, mas machuca, dói, a gente leva tapa na cara, a gente toma chuva e balde d'água fria."
E daí? E se este for o único jeito de aprendermos a mudar?
Mudar é sempre possível! E me atrevo a dizer, que é o tempero da vida.
Não espere o Obama fazer isso pra você: MUDE!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Buraco

O buraco por onde o sol entra nem sempre é o mesmo por onde o grito sai.
O buraco da fechadura não mostra o buraco da alma.
O buraco do teto mostra o céu e encobre a vontade.
O buraco na camada de ozônio aquece mas não enlouquece.
O buraco na conta bancária só enlouquece.
O buraco onde caímos pode ser o mesmo em que morreremos.
O buraco de onde saímos será sempre um trampolim.
O buraco debaixo de nossos pés não é um caminho.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cinéfila? EU?!!

A D O R O filmes.
Daqueles que fazem pensar.
Daqueles que emocionam.
Daqueles que fazem rir.
Daqueles que distraem.
Daqueles despretensiosos.
Daqueles defensores de uma causa.
Daqueles pra assistir em casa, num dia chuvoso.
Daqueles pra assistir no cinema.
E apesar disso, somente há uns quatro anos comecei a prestar atenção em nome de diretor, roteirista e esse monte de gente envolvida.
E apesar de prestar atenção nisso, não memorizo.
Ainda continuo me deixando levar pela história, pelo enredo, pela trama ou seja lá o nome que você queira dar.
Me envolvo tanto que me esqueço desses detalhes aí.
Mas me lembro da maestria dos intérpretes e de cada feição de dor ou alegria que conseguiram tocar-me.
Me lembro da trilha sonora, não dos nomes nela. Lembro da sensação que ela causou naquele exato instante do clímax da criação milionária que pode ter salvado uma tarde ou uma noite de minha vidinha pacata.
Eu consigo me lembrar do perfume de quem estava ao meu lado quando revejo uma cena do filme, e logo a sensação toda volta.
Posso não ser considerada uma cinéfila.
Mas sou uma apaixonada.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Chuva, raios, trovões, velas e causos

Tudo começou numa pizzada na casa de meus avós.
E a pizzada começou numa brincadeira, mas como levamos a sério, a pizza acabou virando realidade.
Não chovia quando eu cheguei. O sol derretia o asfalto.
Conversamos muito pois naquela casa muito se conversa. Se não conversar, logo alguém vai achar que você não está bem.
Pedimos a pizza, a pizza veio, comemos e sempre conversando muito.
Sobre economia, pedofilia, política, saúde, os nossos cachorros, os cachorros dos outros, o clima, a pizza, a família, os amigos e haja pizza pra tanta conversa!
Certa hora, quando começamos a falar da economia brasileira, raios e trovões iluminaram os céus e povoaram nossos ouvidos.
Em obediência à força superior, nos calamos e, imediatamente, trocamos de assunto: segurança pública brasileira.
Não adiantou. Novos raios e trovões, agora ainda mais fortes estremeceram os vidros da casa.
Mas como desta vez não nos calamos e seguimos no assunto bravamente, veio o castigo maior: nada de energia elétrica!
Daí começa a parte boa!
Corre pra lá, corre pra cá, "onde tem vela?", "eu sei onde estão os fósforos", "vem aqui, me ajuda com a luz do seu celular!", "ué? eu tinha colocado as velas aqui"...
Pronto. Velas acesas.
Silêncio.
Relâmpagos e trovões ainda bailavam no céu. Mas estávamos mudos.
Até que alguém se rende à força e magia da luz das velas e começa:
- Quando eu era criança, a gente fazia tudo com essa luz assim. Lia revista de noite com vela escondido do pai. Quando o pai deixava a gente usava lamparina que tinha luz mais forte.
Bastou isso para que ninguém mais se escondesse e começasse a se interessar por contar causos e histórias e estórias.
Horas e horas e horas sob a luz das velas, conversando, contando, ouvindo, aprendendo...
Definitivamente, muita televisão acaba com as conversas boas!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Curiosidades - Meio-Teclado

Estava eu aqui, nesta segunda-feira, lendo, estudando, trabalhando... até que parei para um descanso mental e encontrei uma invenção!
Ah, mas são tantas as invenções, não é?
E quando a gente acha que não há mais nada para ser inventado, alguém vai lá e inventa.
O que acabei de ver foi um "meio-teclado".
Isso mesmo.
Mas não é porque é metade um teclado e metade outra coisa, ele é mesmo só a metade de um teclado.
Tudo bem, e como funciona isso?
Para ter acesso às teclas da outra metade do teclado, basta manter a barra de espaço pressionada enquanto estiver digitando e, automaticamente, o teclado compreende que você está querendo digitar qualquer coisa da outra metade.
Lindo! Muito lindo! He,he,he,he! A outra mão fica livre-livre pra usar o mouse, segurar uma xícara, segurar o telefone, coçar a orelha ou seja lá o que você quiser fazer com a outra mão!
Já está sendo comercializado, como podem verificar no site:

http://matias.ca/halfkeyboard/index.php

Neste site também tem um simulador desse teclado pra vocês verem que, pra quem sabe direitinho as posições das teclas, essa invenção realmente pode ser muito útil. Experimentem!
Então, o que acham da idéia?


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Aperto

A gente passa tudo quanto é aperto.
Aperta na barriga da mãe antes de nascer.
Aperta na escola por causa da chamada oral.
Aperta no coração quando a gente vê aquele primeiro amor da infância.
Aperta quando a gente acha que nossos pais são um saco que só sabem nos prender e não entendem nada da vida e muito menos da gente.
Aperta quando a gente faz a coisa errada e não tem coragem de contar pros pais.
Aperta quando a gente vê um amigão nosso, ou uma amigona também, passando por aperto e a gente não consegue ajudar.
Aperta no trabalho por causa do chefe ou de algum puxa-saco.
Aperta na faculdade por causa das notas, dos trabalhos que a gente não tem tempo pra fazer e do estágio que é um saco.
Aperta porque o presidente mais viaja do que se importa com a economia do país.
Aperta só de pensar que a gente pode deixar de conviver com algum de nossos velhinhos: pais, avós ou amigos.
Aperta quando a gente tenta ajudar e a pessoa insiste no erro. E quando erra ainda briga com a gente porque a gente não avisou!
Aperta quando o namorado (ou namorada, marido, esposa, namorido, amigorada...) não quer entender o nosso lado.
Aperta quando a gente sente falta de ar no centro da cidade e fica pensando no futuro dos nossos filhos e netos e bisnetos...
Aperta quando o carro quebra bem no final-de-semana que a gente ia viajar e passou meses planejando a viagem.
Aperta quando a gente vê alguém pedindo carona no meio da noite e não tem coragem de parar por medo da violência.
Aperta quando a gente chega cansado em casa, liga a TV e vê um caso de maus tratos aos idosos.
Aperta quando sabemos que comunidades inteiras sobrevivem às custas de drogas e armamentos, envolvendo crianças nas negociações.
Aperta quando a gente acha que fez tudo certo e vem alguém com um balde d'água fria enorme.
Aperta saber que tem pais que vendem os filhos pra poder comprar comida.
Aperta... volta e meia, aperta.
Mas só aperta quando a gente quer acertar, quando a gente se importa, quando a gente quer melhorar.
Se a gente não quiser, não se importar, não vai apertar, vai simplesmente passar, não vai se destacar, vai ser só mais um fato que, talvez, a gente nem note, nem lembre amanhã.
Quando aperta a gente se sente inquieto, dá vontade de fazer, de sair atrás, de corrigir.
Eu prefiro que aperte.
Mas nem tanto.
Nem com tanta freqüência.
E a gente pode fazer nossa parte pra aliviar o aperto.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Novo Acordo Ortográfico - Dicas Rápidas

Concordando ou não. Aprovando ou não. Ele foi assinado. E temos até 2012 para utilizá-lo.
Para evitar entrar em discussão sobre todas as discordâncias que há neste Novo Acordo Ortográfico, montei uma lista rápida do que mudou.
É uma coisa simples, direta e objetiva.

Alfabeto : nosso alfabeto é formado por 26 letras.
Antes: 23 letras
Agora: k, y, w foram adicionados e deverão ser utilizados em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano

Acento Circunflexo: não se utiliza em palavras terminadas em "ôo(s)" e "êem".
Antes: vôo, dêem
Agora: voo, deem

Acento Agudo: não se utiliza em ditongos abertos "éi" e "ói" de palavras paroxítonas.
Antes: geléia, jóia
Agora: geleia, joia

Acento Diferencial 1: não se utiliza para diferenciar pares.
Exemplos: pára/para, pêlo/pelo, pólo/polo, etc.

Acento Diferencial 2: utiliza-se para diferenciar plural de singular.
Exemplo: têm/tem

Acento Diferencial 3: utiliza-se em pôde/pode, pôr/por e fôrma/forma.

Hífen 1: não se utiliza quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo termo.
Antes: aero-espacial, auto-escola
Agora: aeroespacial, autoescola

Hífen 2: não se utiliza quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento se inicia com "r" ou "s".
Antes: contra-regra, mini-saia
Agora: contrarregra, minissaia

Trema: não se utiliza.
Antes: lingüiça.
Agora: linguiça.

Como eu disse, isso é um resumão. Não são somente essas as alterações que foram realizadas, mas estas auxiliam bastante em nossa rotina. Podemos nos adaptar aos poucos, afinal, temos até 2012.
Espero que isto ajude a esclarecer alguma coisa.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Crianças

Eita coragem!
Nascemos sem dente, carecas, sem falar, pelados... e mesmo assim, nascemos!
A gente chega berrando ao mundo:
- É isso aí, eu cheguei! Tô aqui! Tá ouvindo!?!? Aqui!!!
E enchemos os pulmões novamente e berramos ainda mais!!
- E agora que cheguei, vocês vão ter que me aguentar!!
Cômico isso, cômico. Interessante também. Mas acima de tudo, corajoso.
Desconsiderando o lado espiritual, vamos analisar a situação somente no instante do nascimento: nascemos de pessoas que a gente não conhece, que conhecem mais pessoas que a gente não conhece, mas que são nossa família.
É... e a gente mete as caras mesmo assim.
E pra andar? De onde vem a vontade de andar depois de tombos e tombos com aquela fralda que deixa a gente com a bunda do tamanho do mundo? É, mas a gente põe um sorriso na cara, dá um gritinho pra acordar as células e se levanta e tenta andar de novo.
Os gritinhos, de tanto gritados um dia viram palavras. Erradas, babadas, cortadas, inventadas, mas a gente aprende a falar!
E o que mais a gente sabe fazer?
Andar de bicicleta, comer, escolher a cor da nossa calcinha, o tecido do lençol, o caminho da escola, do trabalho, dirigir, respirar, escrever, desenhar, conversar, desejar, reprimir, calcular impostos, se revoltar com a política, preferir tomar banho de chuva, se enxugar depois ... dá pra passar dias escrevendo tudo o que a gente sabe fazer.
Mas por mais que você negue, por mais que não consiga concordar: a gente só aprende quando perde o medo.
Quando a gente perde o medo de mudar, quando a gente perde o medo de sair da nossa zona de conforto, quando a gente perde o medo de passar vergonha, quando a gente perde o medo de perguntar.
E tem outra coisa: quando a gente aprende o gosto do "arriscar" e do "conquistar".
Ah! Aí não tem pra ninguém! Ninguém segura! É bom, não é!? Ver a casa pronta, sentir os cabelos ao vento, voar de asa delta, ir à formatura do filho... cara... valeu o esforço, não valeu!?
Sejamos mais crianças! Alimentemos a criança que temos em nós!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Herança

Não é sobre bens, datas ou inventários.
Mas é sobre família.
Quanto dela temos em nós?
O jeito de andar, de falar, as idéias, os gostos... nós somos o que nossa família nos ensina a ser. Nós somos o que vemos nossa família fazer.
Nós tomamos pra nós os sonhos que nossa família tem e não consegue realizar.
E família não é somente quem tem o mesmo sangue que a gente.
Família são as pessoas com quem nos importamos.
Sabe aquela mania de olhar pro céu quando você está de saco cheio pra buscar refúgio? É sua mania ou você aprendeu com alguém?
A gente absorve. A gente não é único. A gente é coletâneo. Somos uma coletânea de todas as pessoas que já passaram por nossas vidas.
A herança, a mais importante herança, é essa. Essa que deixa verdadeiras marcas, verdadeiros sorrisos, essa que nos ajuda de verdade.
E a nossa responsabilidade? Sim! Responsabilidade.
Se a gente aprende com os outros, os outros aprendem com a gente, não é?
Todos aprendemos com todos. E é bom lembrarmos que aprendemos muito mais praticando do que ouvindo alguém falar.
A herança está nos atos. Nos nossos atos.
Não resolve nada nos perguntarmos o que deixaremos para as gerações futuras. Podemos saber o que deixaremos para as gerações futuras.
A herança da nossa família depende de nós.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Gracie Allen

"When I was born I was so surprised I didn't talk for a year and a half."
"Quando nasci fiquei tão surpresa que não falei por um ano e meio."

Eu levei menos tempo, a minha geração levou menos tempo pra falar do que a geração da Gracie Allen, que nasceu em 1906. A geração atual leva menos tempo do que eu levei.
Mas a pergunta que não quer calar: qual o valor disso?
Qual o valor do que falamos? É ponderável? É útil? Algum dia será lembrado? Será útil?
Se pra falar a Humanidade está levando menos tempo, como fica o item surpresa?
Como estamos nos surpreendendo?
Bala perdida não surpreende mais.
Bebês encontrados em meio ao lixo não surpreendem mais.
Guerras que parecem infinitas, como as do Oriente Médio, não surpreendem mais.
Impostos abusivos, taxas de juros altas, queda de bolsas de valores... não surpreendem mais.
O buraco da camada de ozônio, o derretimento das geleiras, a extinção de espécies da fauna e da flora deste planetinha não, isso não nos surpreende mais.
Vira e mexe um desses assuntos é manchete de jornal, assunto nos telejornais, mas se tornam banais. Nos sentamos no sofá confortável de nossa sala pra assistir que o cessar fogo não foi obedecido e milhares de civis já foram mortos. Desligamos a televisão e dormimos. Como crianças. Sem preocupações.
Eu me surpreendo. Me indigno. Me ponho a pensar a todo instante, olhando pra esse céu azul brasileiríssimo sobre minha cabeça, se não poderíamos fazer algo.
Porque, afinal de contas, eu me surpreendo com esse azul, com essa brisa que refresca os 39ºC que fazem agora neste quarto.
Ficarei feliz se passar o restante da minha vidinha muda, de surpresa, mudinha da Silva.
E muito, muito mais feliz se minhas mãos não pararem de me ajudar a me indignar menos.