domingo, 12 de julho de 2009

Aviso Sobre Minha Pobreza

Eu sou o tipo pobre de escritora.
Aquele tipo que só escreve o que sente, o que vive, o que imagina.
Mas não sou do tipo que consegue imaginar alguma coisa só pra escrever. Não, não senhores.
Só consigo escrever alguma coisa que eu imaginei por algum outro motivo.
Uma coluna redonda que vai ficar num canto da sala, mas ninguém queria, nem sabe o que fazer com ela. Daí, vamos imaginar o que dá pra fazer com uma coluna no canto da sala.
Depois de imaginar, escrevo sobre ela. É mais ou menos assim, entenderam?
Então.
Então, já saibam que aqui, neste cantinho, haverá sempre relatos. Mesmo que um pouco disfarçados, um pouco imprecisos, subjetivos ou alterados, mas tenham certeza, algo aconteceu para que eu escrevesse.
Porque eu sou o tipo pobre de escritora.

3 comentários:

Veneranda disse...

Poxa... e eu que nunca havia pensado assim de repente me reconheço na tua, na minha pobreza...
Eu sou pobre, pobre, pobre
De marré, marré, marré
Eu sou pobre, pobre, pobre
De marré decê...


Bjs

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Você pode ser uma escritora pobre, mas nunca será uma pobre escritora. Fico imaginando a sua resposta. - Você não entendeu rsrsrsrs.

Mas é bom saber expressar o que sente, se entender, saber pq está passando por isso ou akilo, isso nos faz crescer como pessoas, mas ultimamente tenho pensado muito nesse poema de Fernando Pessoa que diz assim:

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."

bjo Luaa