terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O futuro que não foi

Acho que é muito "mimimi", colega. As pessoas estão dizendo que não podem ver imagens de santos, porque não acreditam em santos nem em imagens. As pessoas não podem conviver com pessoas com crenças diferentes, simplesmente porque as crenças são diferentes. Mas as crenças eram diferentes há vinte anos e as pessoas simplesmente se respeitavam. Não havia esse monte de "tribo", que briga por seu espaço. Havia respeito e consideração, porque quase ninguém batia na porta da minha casa num domingo de manhã pra tentar me fazer uma lavagem cerebral e me convencer de que estou no caminho errado, simplesmente porque meu caminho é diferente do deles. Acabar com a cultura, com o nosso folclore por conta de religião, seja ela qual for, é muito "mimimi", é muito preconceito, é muita falta de consideração para com absolutamente tudo: história, liberdade de expressão, liberdade de crença, respeito pelo próximo e por aí vai. Mas acho que o pior, é que estão se esquecendo mesmo é de Deus, Jeová, ou seja lá o nome que se queira dar pra essa força maior que nos guia a todos. As pessoas estão se atacando, se segregando, se desrespeitando e se perdendo por causa de um monte de coisas que um pastor (que é um ser humano, portanto, não é perfeito) diz e elas tomam como verdade plena, absoluta e única. Me entristeço quando vejo amigos meus sendo "engolidos" pelas "religiões". Me entristeço quando noto essas nossas perdas de cultura e de folclore porque não se pode mais expor nada, pra não ofender o outro. Esse monte de "mimimi" está criando um monte de tribos intolerantes e incoerentes. Depois da década da globalização, estamos vivendo na década da "tribalização" e, infelizmente, isso não está me parecendo muito positivo. Parece mesmo que regredimos. Todo mundo sai às ruas clamando por igualdade e tolerância, mas estão todos mais intolerantes. Me choco, realmente, com reações de aversão gratuita, baseadas simplesmente em "tribos diferentes" da minha. Achei muito legal a globalização, com um monte de informações e culturas diferentes. Mas parece que não temos maturidade suficiente pra lidar com esse monte de informação e estamos utilizando da pior maneira possível. Não estou dizendo que há vinte anos vivíamos no paraíso, colega. Mas posso dizer que era um mar de rosas sim, porque tinha seus espinhos. Mas pode ter sido o julgamento dos meus olhares adolescentes, talvez. Não vi a moda faroeste do "olho por olho, dente por dente" tão presente lá naqueles tempos quanto vejo agora. Ou... pode ser que eu tenha sonhado, naqueles tempos, que o tempo de agora seria muito melhor e fico sentindo falta do que não foi.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Novo Ano Novo Ano. Novo!

Feliz Ano Novo!!! Uhuuuuuuuuuuuuu! Empolgação! Tudo novo! Energia renovada! Esperança! Vontade redobrada! A gente começa o ano assim, né? Mas o que é que a gente faz de realmente novo? Hoje, o segundo dia do ano. O que foi que eu fiz de novo? De novo? De novo! Faxina. A primeira do ano. Mas pra mudar, resolvi usar luvas. Essas de látex amarelinhas, pra proteger as mãos dos produtos químicos. E é engraçado. Limpei chão, vidros, banheiro... tudo usando luvas. Minhas mãos não estão enrugadas pela água, mas as pontas dos meus dedos ficaram um tanto sensíveis com o "roça-roça" no látex das luvas. E é isso, gente. Fazer coisas diferentes. Pra mudar nossa perspectiva. Pra mudar nossos sentidos. Pra descobrirmos nossas reações. Pra nos protegermos e nos fortalecermos. Vamos fazer coisas diferentes pra que nossa mente não se acostume com nada. Pra que sejamos contestadores, sim! Vamos aprender, aprender, aprender! E a gente não aprende só em escolas e cursos. A gente aprende quando abaixa a cabeça e agradece ao Pai pelo dia que teve. A gente aprende quando se cala e ouve o amigo que está precisando falar e nem sabia. A gente aprende quando a gente fala incessantemente com alguém estranho e que talvez, nunca mais encontraremos nesta vida. A gente aprende quando muda o canal da televisão. Ou quando a gente desliga a TV e vai ler um livro, vai tentar tocar violão, vai tentar escrever uma poesia. A gente aprende quando resolve fazer um assado e nem sabe descongelar a comida. A gente aprende quando cumprimenta o porteiro e quando a gente percebe que não precisa de um batalhão de amigos, porque amigo de verdade, a gente tem pouco. Vamos fazer alguma coisa diferente. Uma coisa diferente todo dia. Comer num restaurante diferente. Ir a um teatro que nunca visitamos. Vamos ajudar quem a gente não conhece, vamos falar "não" pra quem a gente conhece. Vamos fazer diferente, porque a gente aprende.