sexta-feira, 22 de março de 2013

Responsabilidade

"- Bom dia!" Logo pela manhã, com o céu azulzinho... me levantei e tomei meu banho. Um banho rápido, como minha mãe me ensinou a tomar. Não por pressa, nem por não termos água. Aliás, justamente, para que sempre tivéssemos água. Não, não nasci nem cresci no sertão brasileiro. Nasci e cresci em São Paulo mesmo, capital. Passamos por alguns racionamentos de água na década de 90, mas nada que o restante da população também não tenha passado. Minha infância foi farta. Agradeço sempre aos meus pais e amigos que me permitiram isso. Foi farta de comida (graças a Deus), foi farta de educação, foi farta de alegria. Nunca me faltou nada. Meus pais não são ricos e nem têm um saldo gigantesco no banco, apenas nunca permitiram que eu pensasse que estava me faltando alguma coisa. Cobriram-me com a educação do "bom dia-obrigada-com licença-desculpe-por favor". Guiaram-me pelo caminho do respeito ao próximo. E foram espetaculares ao me mostrar a "consciência". Coloquei o termo entre aspas porque não me refiro à consciência da mente, aquela completamente filosófica. Meus pais foram espetaculares porque me mostraram a consciência prática. O banho rápido que tomo hoje, é herança do banho "objetivo" que minha mãe me ensinou a tomar. Nada de ficar minutos infindáveis debaixo da água, até encontrar a esponja de banho, mais minutos infindáveis, até encontrar os itens de higiene e aplicá-los ao corpo. Claro que um banho desses de ficar ali, só sentindo a água acalmando os músculos, faz um bem gigante. Mas é de vez em quando. Porque é de vez em quando que estamos estressados. E é sempre que precisamos tomar banho. Portanto, sejamos objetivos. O banho serve para higienizar o corpo: higienizemos o corpo, então! Quando digo que meus pais nunca me permitiram pensar que estava me faltando algo é por causa dessa consciência prática que me deram. Sempre tivemos muito mais água do que muita gente, mas sabíamos que era preciso usar conscientemente, para que nunca nos faltasse. Sempre tivemos o luxo de sempre ter um carro na garagem, mas não o usamos para ir à padaria da esquina comprar pão. Porque sabemos da poluição ambiental TODA que um carro causa. É consciência responsável. E prática. Meus pais me ensinaram a usar o que temos de forma responsável. Nunca fomos usados pelo que temos, como vejo acontecer hoje sempre numa escala crescente. Desejo, sinceramente, que meus filhos tenham ainda algum espaço verde para brincarem de subir em árvores, nadar em lagos e riachos. E não me reservo ao luxo de culpar ao governo pura e simplesmente, pela poluição, pelo trânsito, pelo racionamento de água e energia elétrica. Tenho minha parte de responsabilidade. Afinal, se faço parte da sociedade, também faço parte da responsabilidade. Como tantos já escreveram e disseram: sou responsável pela herança que deixo. O transporte público brasileiro não comporta o volume de passageiros? Concordo. Mas a incoerência de uma pessoa por automóvel entupindo o trânsito, enlouquecendo a indústria automobilística e causando os aumentos absurdos de plantação de cana para suprimento de combustível, o "sobe-e-desce" de IPI e facilidade de financiamento para dar uma falsa sensação de poder aquisitivo ao povo também não me passam em branco. O governo precisa fazer a parte dele e nós, a nossa. Vamos deixar o papel de marionetes do governo e vamos aproveitar e viver as nossas vidas. Com consciência de que, o que fazemos hoje, refletirá e, sem dúvida alguma, afetará as vidas de nossos filhos, netos, bisnetos... Continuarei fazendo a minha parte, ensinarei o que puder a quem quiser e terei a consciência tranquila de não ter colaborado tão cruelmente para a poluição e dificuldades que as gerações futuras enfrentarão.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Memória

Não sei recitar poemas. Nunca soube. O mais perto que chego disso, são as letras de música que, por ventura, ainda sei. Não tenho escritor favorito. Nem escritora. Amo as letras. As palavras. As frases, enredos, segredos, entrelinhas e os milhares de pensamentos que me invadem quando leio. E por isso, mesmo que inconscientemente, nunca consegui recitar poemas. Não os memorizo. Não por falta de memória. Mas por... simplesmente por não ver necessidade nisso. Até admiro que o faz. Gosto de ver a interpretação que as pessoas fazem dos poemas que declamam. Vejo ali, a compreensão que deram àquelas palavras. Mas eu, não. Não memorizo. Mesmo dos autores que mais leio. Simplesmente para me permitir ser livre. Mantenho a liberdade de ler o que me der vontade, fugir totalmente do que "sempre li". Mantenho em mim, a liberdade de gostar de algo novo, de descobrir ironias em livros de suspense sem me prender aos fatos políticos que podem ter movido o autor a criar tal cena. Mantenho a liberdade de não me aprofundar nos motivos dos autores para cada linha. Assim, minha interpretação é minha. Sem influência. Sem informação de massa. Leio muito. E a cada dia que se passa, mais ainda amo ler. Mas não serei o tipo de pessoa que recita, declama ou cita frases exatas de um livro lido. Não. Não eu. Pra que minha liberdade não perca a espontaneidade de ir pra prateleira que bem entender dentro de uma biblioteca.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Águas de Março

Enquanto chove
Vendaval e granizo
Surge o sol
Enquanto canta aqui
O beija-flor mirim

Enquanto chove
Lá fora esfria
Sorrio de gratidão
Já esquenta aqui dentro

Chove
Chova bastante
Não fique distante

Chove
Passa

Em breve
Tudo floresce