Irmãos... por que os temos?
Na verdade, eu não tenho irmãos.
Tenho um.
Este aqui do lado.
Dois anos mais novo do que eu.
Mas o que foi que Deus quis que eu aprendesse quando nos permitiu ser irmãos?
Não tenho a menor idéia.
Não mesmo.
Ele ama tudo o que se parece com pagode e forró, e eu não suporto gente que não sabe cantar e só tem bunda pra mostrar.
Ele não suporta estudar e eu sou quase viciada nisso.
Ele não se importa se tudo o que tiver for uma mochila, um par de tênis, comida e boa conversa.
E é aí que eu começo a aprender.
Eu sempre quero mais. Sou grata por tudo que Deus me oferta, mas sempre acho que dá pra melhorar, que posso fazer melhor. Mas será que tudo o que eu preciso não é exatamente o que tenho?
Ele só precisa de uma mochila pra correr o mundo.
Eu preciso da mochila, de uma bússola, de uma câmera fotográfica, de amigos pra quem mandar as fotos, da certeza de que meus pais ficarão bem sem minha presença.
Aprendi a carregar bem menos peso em minha mochila com ele. Só o básico pra minha felicidade.
Se ele não se importa em dar um telefonema, não é por falta de carinho ou desconsideração.
É simplesmente porque ele está tão feliz, tão pleno, que isso nem sequer passa na cabeça dele.
Se ele tem amigos que dormem debaixo de viadutos e eu não, é porque eu não me permito a humildade de pessoas que não necessariamente são "nocivas" somente porque não têm um teto.
Ele dá oportunidades a todos, eu não. Eu acho que posso selecionar a quem vou amar.
Deus deve saber quantas amizades já deixei de ganhar por causa disso.
Ele não vê família como a instituição que vemos.
Família pra ele é simplesmente um porto seguro. Um "box" onde ele pára pra trocar os pneus, reabastecer e sair correndo o mundo de novo.
Ah, mas isto, isto eu não quero aprender.
Porque este é o amor mais complexo que pode existir. É uma linha tão tênue, tão frágil entre o amor e o ódio no amor de família, que não posso deixar de amar o desafio que é amar a família.
Não sei exatamente porque tenho o irmão que tenho.
Mas sou grata porque, apesar dele ser caçula, me ensina muito mais do que ele sequer imaginou.
E serei grata também se puderem me avisar caso o vejam em algum lugar, algum dia... porque ele saiu pra rodar o mundo de novo e não se lembrou da família.
Não sabemos onde ele pode estar desde o dia 02.09, não temos notícia e não sabemos se está bem.
Caso pensem em me julgar por estar procurando por ele, estejam à vontade, mas lembrem-se que faço isso porque o amor mais complexo que pode existir é o amor de família. E eu o amo.
Amo a vocês também e é por isso que arrisco contar com um tempinho de vocês pra ler esta e serem meus olhos por lugares em que somente vocês caminham.
Não sei porque tenho o Henrique como irmão e, por sermos tão diferentes, amo ser irmã dele.
Na verdade, eu não tenho irmãos.
Tenho um.
Este aqui do lado.
Dois anos mais novo do que eu.
Mas o que foi que Deus quis que eu aprendesse quando nos permitiu ser irmãos?
Não tenho a menor idéia.
Não mesmo.
Ele ama tudo o que se parece com pagode e forró, e eu não suporto gente que não sabe cantar e só tem bunda pra mostrar.
Ele não suporta estudar e eu sou quase viciada nisso.
Ele não se importa se tudo o que tiver for uma mochila, um par de tênis, comida e boa conversa.
E é aí que eu começo a aprender.
Eu sempre quero mais. Sou grata por tudo que Deus me oferta, mas sempre acho que dá pra melhorar, que posso fazer melhor. Mas será que tudo o que eu preciso não é exatamente o que tenho?
Ele só precisa de uma mochila pra correr o mundo.
Eu preciso da mochila, de uma bússola, de uma câmera fotográfica, de amigos pra quem mandar as fotos, da certeza de que meus pais ficarão bem sem minha presença.
Aprendi a carregar bem menos peso em minha mochila com ele. Só o básico pra minha felicidade.
Se ele não se importa em dar um telefonema, não é por falta de carinho ou desconsideração.
É simplesmente porque ele está tão feliz, tão pleno, que isso nem sequer passa na cabeça dele.
Se ele tem amigos que dormem debaixo de viadutos e eu não, é porque eu não me permito a humildade de pessoas que não necessariamente são "nocivas" somente porque não têm um teto.
Ele dá oportunidades a todos, eu não. Eu acho que posso selecionar a quem vou amar.
Deus deve saber quantas amizades já deixei de ganhar por causa disso.
Ele não vê família como a instituição que vemos.
Família pra ele é simplesmente um porto seguro. Um "box" onde ele pára pra trocar os pneus, reabastecer e sair correndo o mundo de novo.
Ah, mas isto, isto eu não quero aprender.
Porque este é o amor mais complexo que pode existir. É uma linha tão tênue, tão frágil entre o amor e o ódio no amor de família, que não posso deixar de amar o desafio que é amar a família.
Não sei exatamente porque tenho o irmão que tenho.
Mas sou grata porque, apesar dele ser caçula, me ensina muito mais do que ele sequer imaginou.
E serei grata também se puderem me avisar caso o vejam em algum lugar, algum dia... porque ele saiu pra rodar o mundo de novo e não se lembrou da família.
Não sabemos onde ele pode estar desde o dia 02.09, não temos notícia e não sabemos se está bem.
Caso pensem em me julgar por estar procurando por ele, estejam à vontade, mas lembrem-se que faço isso porque o amor mais complexo que pode existir é o amor de família. E eu o amo.
Amo a vocês também e é por isso que arrisco contar com um tempinho de vocês pra ler esta e serem meus olhos por lugares em que somente vocês caminham.
Não sei porque tenho o Henrique como irmão e, por sermos tão diferentes, amo ser irmã dele.