terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Gracie Allen

"When I was born I was so surprised I didn't talk for a year and a half."
"Quando nasci fiquei tão surpresa que não falei por um ano e meio."

Eu levei menos tempo, a minha geração levou menos tempo pra falar do que a geração da Gracie Allen, que nasceu em 1906. A geração atual leva menos tempo do que eu levei.
Mas a pergunta que não quer calar: qual o valor disso?
Qual o valor do que falamos? É ponderável? É útil? Algum dia será lembrado? Será útil?
Se pra falar a Humanidade está levando menos tempo, como fica o item surpresa?
Como estamos nos surpreendendo?
Bala perdida não surpreende mais.
Bebês encontrados em meio ao lixo não surpreendem mais.
Guerras que parecem infinitas, como as do Oriente Médio, não surpreendem mais.
Impostos abusivos, taxas de juros altas, queda de bolsas de valores... não surpreendem mais.
O buraco da camada de ozônio, o derretimento das geleiras, a extinção de espécies da fauna e da flora deste planetinha não, isso não nos surpreende mais.
Vira e mexe um desses assuntos é manchete de jornal, assunto nos telejornais, mas se tornam banais. Nos sentamos no sofá confortável de nossa sala pra assistir que o cessar fogo não foi obedecido e milhares de civis já foram mortos. Desligamos a televisão e dormimos. Como crianças. Sem preocupações.
Eu me surpreendo. Me indigno. Me ponho a pensar a todo instante, olhando pra esse céu azul brasileiríssimo sobre minha cabeça, se não poderíamos fazer algo.
Porque, afinal de contas, eu me surpreendo com esse azul, com essa brisa que refresca os 39ºC que fazem agora neste quarto.
Ficarei feliz se passar o restante da minha vidinha muda, de surpresa, mudinha da Silva.
E muito, muito mais feliz se minhas mãos não pararem de me ajudar a me indignar menos.

4 comentários:

Unknown disse...

Pois é Lú, mais tudo isso ja vem de muitos e muitos anos atrás ... e infelizmente a tendência é piorar ...

Já ouviu falar que "o q é bom não se aprende, mais o q é ruim, todos apreendem com facilidade?".

Podemos contribuir para melhorar, temos que começar pelas nossas atitudes e passando isso para nossos filhos, ai sim, daqui a muitos e muitos anos a nova geração pode mudar isso. Deixar o coração sempre falar mais alto, pensar no próximo, mudar nossas atitudes, enfim ... jeito tem, pode demorar, mais temos q começar ...

Vc ja faz sua parte, imagine se cada ser fizer um tiquim ....

Né ...

Amo vc japinha !!!

Tania Junqueira Soares disse...

Não percamos nunca a esperança por dias melhorados, almas melhoradas ...Sigamos em frente, fazendo a nossa parte, em parcelas de contribuição, sempreee!!!

Bjusssssssssssssssss ... carinho enormeeee por vc.
Grande coração, garota! Orgulho-me de vc!!!!

Unknown disse...

Qto tempo heim ? lembra de mim? diógenes santos UNIBERO 1º Ano ? e ai já terminou o curso como vc está? vejo que com muita insonia (RISOS)

t + um abraço
fui

Anônimo disse...

Boas palavras para podermos acordar, ou será melhor dormir e esquecer? Como esquecer!? O problema que virou rotina todas essas notícias, acho que é mídia demais, quando tudo demorava a sabermos, a tv em preto e branco o choque era maior e o movimento para paz mais rápido, agora parece ao contrário, notícias rápidas e movimentos lentos... Tem alguma coisa estranha!
Mil beijos e parabéns pelo espaço!!!!