sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Visitinha

Eu não me vesti com traje de gala.
Tomei um banhozinho, passei um creminho e olhe lá.
Não fiz nada diferente no cabelo, não me pintei, me perfumei sim, mas porque gosto e sempre me perfumo.
Ah, a maioria das pessoas nem nota esse cara, eu já dou até muito importância se você quer saber.
E quer saber, ele merece até mesmo por insistência. Todo santo dia, chova ou não, ele está lá, dá um jeito de aparecer. Às vezes bem cedo, às vezes só no cair da tarde, lá vem ele, bater na janela pra dar sinal de vida.
Tem um tempo já que reparei que esse cara me faz bem, muito bem, mas melhor não dar muita bola, sabe como é, né? Vou me fazer de difícil, dizer que tenho coisas mais importantes pra fazer do que ficar com ele.
Mas também é verdade que já não consigo passar um dia sem ele, sem conversar com ele, sem brincar de "vou fingir que não te vi". Mas eu vejo. Sempre vejo. Mesmo que ele passe rápido e dê só uma olhadinha tímida pra cá, eu vejo. E salva o meu dia.
Tente você também, mesmo que seja rapidinho, dar um pouquinho de atenção pra ele e você verá a mudança de ânimo que vai te dar.
Dá uma chance pra ele, mesmo que seja pequena, de passar um tempinho com você e depois me diga se ele não mudou seu dia.
O Sol.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carnaval

Foi assim, bem rápido.
Chegou e foi embora.
Já vejo ovos de páscoa nas prateleiras dos mercados.
Ainda tenho panetones no armário.
Planejo a viagem de maio.
E o tempo, cadê?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Paulista

Eu fui lá e vi.
Ninguém me contou, não.
A mais paulista das avenidas, não é paulista.
É BRASILEIRA!
Nem brasileira, é. É o mundo.
Tem tanta gente, tem tanta gente diferente que não dá pra saber, a gente se perde só de olhar, dá até falta de ar se parar pra pensar de onde cada pessoa veio.
Os sotaques que passam nos celulares são tantos!
As roupas e os olhares denunciam que não são paulistas, ou brasileiros, mas não denuncia de onde são, porque já estão aqui, ali, em todo lugar, no coração do Brasil, na Paulista.
Ali é de tudo: trabalho, escolha, happy-hour, ponto de encontro, ponto de espera, meditação, tem de tudo e tudo tem ali, na Paulista.
Não é só paulista, a mais paulista das avenidas.
Não, ninguém me contou.
Eu fui lá e vi.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Fevereiro

Não são as águas de março.
Agora é fevereiro. Chove lá fora e aqui dentro. Aqui dentro, dentro e dentro de casa também. Essa reforma que nunca acaba. Essa água que nunca acaba. Essas vontades todas misturadas causando raios e trovões e estranhas sensações.
Semana que vem já é carnaval. Carnaval. Com letra maiúscula. Gosto só porque é feriado. Não gosto muito da festa. Mas se tiver que bagunçar, eu bagunço.
E depois, fevereiro será março.
Aí sim, teremos as "águas de março".
Os esquimós, que vivem cercados de água: água mole, água dura, água fofa... lá também tem isso? Também tem carnaval? E tem as águas de março?
Os esquimós também têm essas vontades misturadas que causam raios e trovões e estranhas sensações?
Sim. Claro. Têm sentimentos. Assim como nós. E os indianos, iraquianos, muçulmanos, noruegueses (essa é pro Heder!), israelitas, chineses, paquistaneses, baianos e japoneses!
Carne, osso, músculos, veias... mas antes e acima de tudo, somos sentimentos.
Reagimos, agimos por eles, por causa deles. Caminhamos por causa deles.
Os sentimentos. Que não mudam de estação se nós não mudarmos. Continuarão exatamente iguais nas águas de março e na moda outono-inverno, se não quisermos que mudem.
Os sentimentos, não são como as águas de março, que cessam e voltam só no ano seguinte. Então, ou a gente aprende, ou a gente aprende!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Limite

"Tudo tem limite."

Quem é que nunca ouviu isso?
Então, quer dizer, que essa felicidade que eu sinto, tem limite?
Esse amor que eu sinto, tem limite?
Minha vontade de mudar, melhorar, também tem limite?
As guerras também têm limite?
E o egoísmo também?
A indiferença, o preconceito e o comodismo também?

Se for assim, eu aceito.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Outras Almas

Não foi hoje.
Nem ontem.
Algum dia, lá atrás na minha infância querida e saudosa, eu notei a existência de outras almas.
Almas outras além da minha. Muito além. Da minha tão pequena e opaca e perene, mas alma.
Mas hoje, como se fosse um dia especial, mais especial do que os outros, notei que essas outras almas têm cérebros.
E olha só: descobri também que estas almas têm corações!
Mas vejam! Quanta novidade para um único dia.
E mesmo assim, continuo aqui, firme e forte. Nem morri de susto com tanta novidade.
Vamos nos adaptando, sabe como é... a gente se acostuma a tudo, é o que dizem.
Então, além de almas, o que tenho ao meu redor são cérebros e corações.
Hummm...
Quem será a maioria?
Quem será o dominador?
Pra que eu quero saber isso?!!?
Essas outras almas...
Alegrias, sonhos, planos, sorrisos, gargalhadas, lembranças, conquistas, perdas, oportunidades...
Só me interessa se são vazias ou cheias.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Os 5 Estágios de Uma Girafa na Areia Movediça




Cômico, não é?
Adoro animações! Elas são tão... reais!
E sempre me fazem pensar mais do que muitos filmes.
E a nossa reação? Aliás, e as nossas reações?
A gente passa por todas essas fases na nossa vida, não é?
E o que é que a gente faz?!
As escolhas são nossas, nosso humor, nossas atitudes, nossa vontade de sair do buraco, tudo pode nos ajudar ou nos atrapalhar.
É preciso ter "olhos de ver e ouvidos de ouvir"...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Oba-oba-OBAMA!

Yes! Nós podemos mudar!
Está lá, o primeiro presidente negro de uma das nações mais preconceituosas em termos raciais que eu já conheci!
E o nome dele?
Barack Hussein Obama Jr. Já até perguntaram pra ele se ele é muçulmano!
Mas o ponto principal não é esse. O ponto principal é que ele vai salvar o mundo! "Ou destruir tudo", como dizem as más línguas.
Ele tem esse poder. Em partes.
O mundo parou pra ver a apuração da eleição que o elegeu.
Havia um oceano de gente em frente à Casa Branca no dia da posse.
"Esperança", dizia um cidadão norte-americano, "-Ele é a esperança!".
Este disse e muitos outros demonstraram este mesmo pensamento ao votarem em Obama.
Quantas vezes na vida a gente já fez isso?
O quê? Isso. Essa coisa de responsabilizar alguém por nossa felicidade, nosso sucesso, nossa satisfação, nossa realização.
Será que o Obama suportará toda essa pressão que o mundo inteiro (sem exageros!) está exercendo sobre ele e seu mandato?
Será que algum ser humano precisa suportar a pressão da responsabilidade da felicidade de outras pessoas?
Obama tem suas responsabilidades como governante, todos sabemos.
O seu namorado tem responsabilidades como namorado, nada além disso.
Sua família, tem responsabilidades como família, nada além disso.
Não espere que os outros te dêem a felicidade que você quer ou precisa.
Não deixe a sua felicidade sob responsabilidade de um outro alguém, quem quer que seja, porque ela pode não chegar em suas mãos.
Não fuja da sua responsabilidade de agir, de fazer, de lutar.
"É, mas machuca, dói, a gente leva tapa na cara, a gente toma chuva e balde d'água fria."
E daí? E se este for o único jeito de aprendermos a mudar?
Mudar é sempre possível! E me atrevo a dizer, que é o tempero da vida.
Não espere o Obama fazer isso pra você: MUDE!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Buraco

O buraco por onde o sol entra nem sempre é o mesmo por onde o grito sai.
O buraco da fechadura não mostra o buraco da alma.
O buraco do teto mostra o céu e encobre a vontade.
O buraco na camada de ozônio aquece mas não enlouquece.
O buraco na conta bancária só enlouquece.
O buraco onde caímos pode ser o mesmo em que morreremos.
O buraco de onde saímos será sempre um trampolim.
O buraco debaixo de nossos pés não é um caminho.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cinéfila? EU?!!

A D O R O filmes.
Daqueles que fazem pensar.
Daqueles que emocionam.
Daqueles que fazem rir.
Daqueles que distraem.
Daqueles despretensiosos.
Daqueles defensores de uma causa.
Daqueles pra assistir em casa, num dia chuvoso.
Daqueles pra assistir no cinema.
E apesar disso, somente há uns quatro anos comecei a prestar atenção em nome de diretor, roteirista e esse monte de gente envolvida.
E apesar de prestar atenção nisso, não memorizo.
Ainda continuo me deixando levar pela história, pelo enredo, pela trama ou seja lá o nome que você queira dar.
Me envolvo tanto que me esqueço desses detalhes aí.
Mas me lembro da maestria dos intérpretes e de cada feição de dor ou alegria que conseguiram tocar-me.
Me lembro da trilha sonora, não dos nomes nela. Lembro da sensação que ela causou naquele exato instante do clímax da criação milionária que pode ter salvado uma tarde ou uma noite de minha vidinha pacata.
Eu consigo me lembrar do perfume de quem estava ao meu lado quando revejo uma cena do filme, e logo a sensação toda volta.
Posso não ser considerada uma cinéfila.
Mas sou uma apaixonada.