terça-feira, 11 de março de 2014

Casa! Que saudade!

Vivo dizendo que minha infância foi linda e maravilhosa e AMO cada instante que tenho em minha memória. Isso porque meus pais são lindos, meus avós também, a década em que nasci foi linda também. Mas a casa... a construção, a estrutura... Ah, que saudade também! Moro agora numa gaiolinha de cinquenta metros quadrados. Não, a falta de espaço não é o que mais me causa saudade. É a interferência constante neste MEU espaço. É, é MEU. COMPRAMOS isso. Mas o síndico, o subsíndico, os conselheiros, os outros moradores têm tantas opiniões tão diversas que interferem. Saudade de resolvermos trocar uma maçaneta em casa, sairmos pra comprar e simplesmente trocarmos. Não, aqui não pode. Tem que ver se vai combinar com as outras do mesmo andar. Saudade de chegar em casa e conseguir guardar o carro na garagem sem precisar desviar de incoerentes que deixam carros minúsculos em vagas gigantes, ou de visitantes que usam as vagas de moradores. Ah, casa... Saudade de deixar bichinhos brincando no quintal; aqui, se levar pra andar no térreo, está ferindo o regulamento e correndo o risco de ser multada. Brincar de banho de mangueira no quintal nesses dias de calor era tão bom... Mas aqui, se sair da piscina, não pode molhar nenhum outro lugar, muito cuidado, vão te multar! Eu chamo de lar, porque existe muito amor aqui dentro, da porta pra dentro. Vivo com o homem mais lindo que poderia ter encontrado, temos nossos pais bem pertinho que nos visitam sempre, amigos (que são poucos, mas insubstituíveis) que nos visitam e alegram ainda mais nosso cantinho, temos um peludinho cheio de manhas que nos acalma. Chamo de lar porque o que é mais importante não está na construção do prédio. Mas que dá saudade de morar em casa... ah, isso dá!

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